Venho estudando religiões pagãs antigas que vieram antes
dessa obsessão recente com um único criador divino. Eles parecem ter focado
mais em forças fundamentais que agem no mundo ao nosso redor e menos em regras
morais arbitrárias...
O Sol se levanta pela manhã e se põe à noite. As marés sobem
e abaixam. A grama cresce, murcha, morre, e no momento certo, emerge do solo
novamente. O ar fica quente e depois frio. Algumas energias escondidas nos
mantém presos ao chão e nos trazem de volta quando tentamos sair dele.
Cada um desses movimentos foram representados antes por um
deus ou deusa. Cada força tem uma característica própria, mas são reconhecidas
como algo diferente e poderoso. E isso não significa que havia conexões entre
essas forças, um templo de espíritos individuais, mãos invisíveis guiando o
progresso do mundo ao nosso redor.
Átis. Dionísio. Horus. Krishna. Mithra. Jesus. A história de
vida deles foi parecida. Parecida até demais, eu acho. Nascimento divino.
Perseguição. Discípulos. Atos miraculosos. Ressureição...
Como isso é possível?
Talvez não seja... Quem sabe não seja apenas uma mesma
história contada ao longo dos anos? Modificada para que possa ser adaptada aos
tempos em que eram contadas? Evoluindo tal como nossas ferramentas e linguagem?
Essas histórias seriam só ficção ou seriam reais? Um pouco dos dois? Essas
figuras poderiam ser a mesma pessoa, e suas vidas foram estendidas e
transformadas em deuses.
Dai então, houve uma tentativa de categorizar, estudar, explicar
e entender a forma como as coisas funcionam, mesmo que com falhas. Mas não
mais. Agora estão nos pedindo para aceitar uma explicação mais simples. Quão
ingênuos somos em acreditar que haja uma única resposta para cada pergunta,
para cada mistério, que existe uma luz divina e solitária que comanda tudo.
Eles dizem que é a luz que traz a verdade e o amor. Eu digo que é a luz que nos
cega, e nos força a tropeçar na ignorância.
Percebi que os lideres religiosos, tentam desde sempre
moldar a realidade conforme seus desejos. Eles perceberam que não há uma
“verdade absoluta”, ou se há, felizmente não estamos preparados para
reconhece-la. Assim, eles procuram criar suas próprias explicações. Isso está
na crença principal do que eles chamam de “A VONTADE DE DEUS”; refazem toda a
existência a sua própria imagem. Não se trata de artefatos, não se trata de
homens, estes são meramente brinquedos. Trata-se de conceitos. Como se pode
fazer uma guerra contra um conceito?
A religião é uma arma perfeita. Não tem forma física, e
mesmo assim pode alterar o mundo ao nosso redor de maneiras incontestáveis, às
vezes até violentas. Você não pode matar uma crença. Mesmo que se mate todos os
seguidores, que se destrua todos os seus documentos, estes atos são momentâneos.
Alguém, em algum dia, vai redescobri-las, reinventa-la. Acredito que mesmo nós,
Ateus, tenhamos simplesmente redescoberto uma filosofia que é mais antiga que o
próprio criador dela...
Enfim. Espero pelo dia em que os homens vão se livrar dos
monstros invisíveis e mais uma vez vão abraçar uma visão mais racional do
mundo. Mas essas novas religiões são muito convenientes, e prometem tantas
punições terríveis para aqueles que a rejeitarem, que acho que o medo nos
manterá presos no que certamente é a MAIOR MENTIRA JÁ CONTADA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário